Quando isso tudo acabar
Numa página de livro
ou à tarde, em maio
Estou planejando
um giro
lá fora, na hora
na vida, agora
enquanto eu caio
e res-pi-ro
Vou convidar gente
de repente
paramos, pensamos
sobre o risco
Insisto
em imaginar o rolê
que vamos dar lá
na frente
Vou mudar de roupa
Quem sabe eu tiro?
Sem pele
Um tiro
no jeito velho de cobrir
o atraso que eu visto
Vou lembrar de hoje
Tenho
os pedaços de bolacha
no
__ chão
A luz
diferente
pra refazer a cor de
tudo
Todos os dias
sob o risco
Insisto
Igual
Pra que ser, será
se é
ou for
assim, pra mim
e pra todo mundo
normal
e pra sempre
Quando isso tudo acabar
A casa, o álcool, a chuva
O teto, o prato, a gorjeta
O medo, o saco, a louça,
A dor, o tédio, a tese
O lema de outro faz de conta
A curva
A curva
Há curva
Quem sabe até um poema?
Quando isso tudo acabar
Juro
Vai doer até dizer tchau
faz mal?
De novo e de máscara
- que pena -
talvez a última punheta
higiênica