contra)revolução

Qualquer pessoa com um bom ouvido para as nuances do discurso sobre a revolução, estendendo-se até o nosso tempo, reconhecerá a mudança, assim como os elementos confusos e que confundem desses chamados repetidos para a revolução, muitos dos quais, sob as pressões da história subsequente, se tornariam não apenas alternativas, mas antagonistas políticos reais.
— Raymond Williams, 1998

Criar é criar a si mesmo

Marx participa plenamente do desenvolvimento desse programa ao mostrar que a produção de bens materiais (a poiésis) e a produção de si mesmo através de práticas individuais (a práxis) se equivalem dentro do quadro geral da produção das condições de existência da coletividade. A arte moderna, e é essa sua principal virtude, nega-se a considerar o produto acabado e a vida a ser vivida como separados. Práxis igual a poiésis. Criar é criar a si mesmo.
— (BOURRIAUD, 2011, p.14)
Picabia. Galipette.

Picabia. Galipette.

Linguagem dentro da linguagem

O poeta consagra-e e consome-se, portanto, em definir e construir uma linguagem dentro da linguagem; e a sua operação longa, difícil, delicada, que exige as qualidades mais diversas do espírito e que nunca se acaba, da mesma forma como nunca é exatamente possível, tende a constituir o discurso de seu ser mais puro, mais poderoso e mais profundo em seus pensamentos, mais intenso em sua vida, mais elegante e mais feliz em suas palavras que qualquer pessoa real. Essas palavras extraordinárias são conhecidas e reconhecidas através do ritmo e das harmonias que as sustentam e que devem estar tão íntima e tão misteriosamente ligados à sua produção que o som e o sentido não possam mais separar-se, correspondendo-se infinitamente na memória.
— (VALÉRY, 2011, p.28)