"A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica" é, provavelmente, um dos textos mais recomendados nos cursos de pós-graduação em Ciências Sociais e Humanas, no mundo ocidental.
O que poderia ser falta de criatividade, certo dirigismo, ou colonialismo cultural, é também, e cada vez mais, uma tremenda demonstração de como acontece de o mundo atravessar, com antecedência, o espírito de algumas pessoas. Em tempos de internet e mídias sociais digitais, os palpites de Benjamin vão se confirmando, se multiplicando, às toneladas.
O exemplo dessa semana é a versão que fizeram para o clássico de Godfrey Reggio, Koyaanisqatsi, exclusivamente a partir de fotos e clipes disponíveis em bancos de imagem. Batizado com o bem-humorado título Koyaanistocksi, o resultado me faz pensar na literatura de Kenneth Goldsmith, polêmica por citar, parafrasear e bricolar textos de terceiros. A criação, na era da reprodução técnica, teria caminhado - explicitamente - para a recriação, a cópia e o plágio.