Por mais que a gente se esforce para imaginar o que seria um cabaré, como o Voltaire, num país europeu resguardado da Primeira Guerra, não é fácil alcançar o que podem ter significado as sessões, as bebedeiras, as apresentações, as criações, as pegações, as experimentações e todas as locuritas dos dadaístas de Zurique.
Tento relacionar com os movimentos e produções contemporâneos meus, pensar no tipo de bar que poderia receber uma revolução cultural, no tipo de artista que bagunçou o padrão de ideias desse trânsito século XX-XI, e não é fácil apostar em nada em especial. Tem um palpite aqui, outro ali, mas identificar alguma força criativa capaz de reconfigurar o comportamento de quem tem necessidade de criar, quando a lógica ainda pede para produzir, é pouca brincadeira.