Crazy emotions

Everyone has been seized by an indefinable intoxication. The small cabaret is about to come apart at the seams and is going to be a playground for crazy emotions.
— Ball, 1916 - http://www.bbc.com/culture/story/20160719-cabaret-voltaire-a-night-out-at-historys-wildest-nightclub

Por mais que a gente se esforce para imaginar o que seria um cabaré, como o Voltaire, num país europeu resguardado da Primeira Guerra, não é fácil alcançar o que podem ter significado as sessões, as bebedeiras, as apresentações, as criações, as pegações, as experimentações e todas as locuritas dos dadaístas de Zurique. 

Tento relacionar com os movimentos e produções contemporâneos meus, pensar no tipo de bar que poderia receber uma revolução cultural, no tipo de artista que bagunçou o padrão de ideias desse trânsito século XX-XI, e não é fácil apostar em nada em especial. Tem um palpite aqui, outro ali, mas identificar alguma força criativa capaz de reconfigurar o comportamento de quem tem necessidade de criar, quando a lógica ainda pede para produzir, é pouca brincadeira.

Wow

New single "Wow" available now: http://smarturl.it/BeckWow Listen on Spotify: http://smarturl.it/BeckWowSpotify Director: Grady Hall, Beck Creative Director / Editor: Brook Linder Producer: Allan Wachs Executive Producer: Haley Moffett Talent + Artist Contributions Sam Cannon - https://www.instagram.com/samcannon Randy Cano - https://www.instagram.com/randy.cano/ Andy Gregg / Super Studio - https://www.instagram.com/studio_super/ David McLeod - https://www.instagram.com/david_mcleod/

Surge esse clipe do Beck, com habilidade precisa para pinçar - talvez ironicamente, e por isso fazendo as vezes de crítica e elogio ao mesmo tempo - imagens inconfundivelmente sedutoras da cultura americana. Tem Western, tem rock, tem mosh, tem slow motion, tem saturação, tem espetáculo, tem pet, tem minimiss, tem game, tem simulacro, tem plasticidade em tudo que existe de natureza e fabricação no imaginário de um dos maiores impérios da história do homem. 

Um vídeo assim, vestindo a letra que já tinha circulado antes, aos olhos de alguém de hoje, São Paulo, Brasil - leia-se "eu" -, despista a patrulha da razão para cobrir o corpo com os infinitos estímulos sensíveis de uma cultura midiatizada em incontáveis graus. Não é de hoje: Beck vai preparando cama no panteão da mitologia pop que abriga um Bowie.