may days + klein
Dentre as toneladas de coisas sobre as quais tinha informação nenhuma, descobri, fuçando o Mubi, essa coleção de imagens de maio de 68 capturadas por William Klein. O filme é um dos documentos mais impressionantes que vi sobre esse que foi dos grandes levantes indecifráveis do século XX. A sequência monta um mosaico de posições, motivações, conflitos, estranhamentos, desdobramentos. Tumulto, muita agitação, inquietação, e enorme dificuldade de pescar alguma coerência. Sem tentar explicar muita coisa, Klein liga a câmera e espera a história acontecer - enquanto história e cinema.
Por isso, fui ler mais sobre o fotógrafo e achei esse vídeo aqui. Deve ser óbvio para quem conhece, mas foi interessante saber que, de volta da Segunda Guerra, Klein recebeu uma bolsa para estudar Artes em Paris.
a brief history of john baldessari
The Dandy Lion Project
menos fast, mais mood
Ainda sob a perspectiva da recuperação da "situação" - o intervalo produzido sobre a rotina, em busca de uma liberdade criativa descomprometida com a lógica produtivista -, o McDonald's de Amsterdã, cidade-berço dos Provos*, colocou na mesa dos clientes esse papel-bandeja para produção musical versão leiga.
Você se senta para comer, posiciona o celular e fica fazendo um som, enquanto a vida acontece menos fast e mais mood. A ideia é boa, não tem como negar.
* Diferente do que diz a matéria do link, a contracultura teve diversos antecedentes, para além dos Provos.
Blu, helped by a group of activists, covered over his own works with grey paint
part of the very mass culture
popismo
Na pilha de livros que têm se revezado por aqui, a bem boa edição da Cobogó para Popismo, com as assinaturas de Warhol e de sua secretária, está coincidindo com um texto do Danto sobre a Brillo box, os limites da arte e o percurso da beleza como categoria definidora do "artístico".
Entre as centenas de festas na Factory, uma das coisas mais legais do livro do Warhol, que costuma ser legal em todos esses livros de artistas (plásticos, escritores, músicos etc.), é o cruzamento de personagens que, apesar de contemporâneos, nunca tinha imaginado juntos num grupo de discussão. Nesse caso específico, são os contatos entre Warhol e Mekas.
Vale ler.
the end
Dialogizando as monológicas mídias de massa. Partilhando o sensível. Bruno Faria.
Loving Vincet
Li uma nota sobre esse que seria o primeiro filme integralmente produzido a partir de pinturas. Do que escreve a BBC, o mais divertido provavelmente será ver e ouvir as entrevistas cedidas pelos personagens das telas do Van Gogh. Hibridismo midiático a favor da imaginação, da fervura do caldo da cultura.