User generated content e a poesia de todos nós

A história das mídias e da arte dos anos 1970/80 ajudam a entender por que o TikTok não é um sopro. É um vendaval. O retorno do que nunca vem.

Na terça, 10/8, falo sobre "User generated content e a poesia de todos nós", na Semana de Comunicação da Belas Artes. Com Curtis, situacionistas, Jonas, Rist, Acconci e todos nós.

conquistas, mesmo as mais modestas

Não parece ser uma especulação tão absurda dizer que Debord estava no grupo dos menos artistas entre os artistas envolvidos na fundação da IS. Foi o estudante de Direito que abandonou a universidade sem se formar. E foi também o que mais comprou briga com os situacionistas artistas, expulsos, segundo ele, por estarem interessados demais em agradar o mercado com a própria arte - que, portanto, não seria situacionista. A saída de Jorn, em 1961, é um marco na trajetória de artista frustrado no autor de A sociedade do espetáculo. Alguém dirá: “mas ele era cineasta!”. E eu direi: “um cineasta fraco! Muito fraco!”.

A história é que Jorn conheceu Debord, depois de ler um número do Potlatch e escrever para o boletim, em 1955. A partir daí a parceria estava armada. Os dois colaborariam em Fin de Copenhague, que Jorn publicou em 1957, um pouco antes da conferência que fundou a IS, agregando IL, IMIB e nuclearistas. Debord teria sido consultor para os détournement do livro. Pra mim, Fin de Copenhague é um monumento do design do século XX. Deveria ser mostrado e discutido em qualquer curso de comunicação e artes de hoje. De um jeito ou de outro, antecipa um tanto da cultura visual de agora.

A censura de Debord aos desdobramentos artsy da IS impediram que projetos assim consolidassem a entrega artista do grupo. Ao mesmo tempo, conforme Debord guiava a IS para um caminho excessivamente político, a superação da “arte espetacular” foi construída com uma crítica marxista completamente anacrônica. Talvez por isso, a The Situationist Times, publicação de artistas expulsos da IS, pareça, aos olhos de hoje, mais fresh que a fase tardia da revista editada por Debord.

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nosotros, los románticos pos los que vinimos antes

Por otra parte, ninguna de las fechas de cierre que se propusieron es admisible desde nuestro punto de vista: ni 1848 ni el fin del siglo marcan su desaparición o tan siquiera su marginación. Si bien en el siglo XX los movimientos artísticos cesan de llamarse así, no es menos cierto que corrientes tan importantes como el expresionismo y el surrealismo y autores capitales como Mann, Yeats, Péguy y Bernanos, llevan la profunda huella de la visión romántica. De la misma manera, ciertos movimientos socioculturales recientes - en particular las rebeliones de los años 60, la ecología, el pacifismo - son difícilmente explicables sin referirse a esta visión del mundo.
— LÖWY, 1992/2008, p.27

Situacionistas, ecos românticos (?)

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Como hizo observar Max Milner, el primer romanticismo (el de comienzos del siglo XX) sigue apelándonos porque “la crisis de civilización ligada al nacimiento y al desarrollo del capitalismo industrial está lejos de haberse resuelto.
— LÖWY, 1992/2008, p.28

2 fotos

Depois que inventaram uma maneira de industrializar o mundo, as coisas em circulação no mundo, ficou quase inútil separar o que é criação para o mercado daquilo que é "genuinamente puro". Fato é que, desde que os situacionistas, em meados dos 50, viram na "construção de situações" uma maneira de restituir, no homem, sua "vocação lúdica", a situação também encontrou seu espacinho na engrenagem da produção e do consumo.

The Whip, Coney Island, 1950 (Harold Feinstein)

The Whip, Coney Island, 1950 (Harold Feinstein)

Metrô de Londres, década de 1970 (Bob Mazzer)

Metrô de Londres, década de 1970 (Bob Mazzer)